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Resenha Monge e o Executivo

Esse livro se propõe em mostrar um estilo de liderança mais “humanizada”, seguindo uma filosofia de que “o maior serve”

O livro começa com a história do John Daily, que se vê fracassando nos relacionamentos com sua família, amigos e funcionários. Apesar de às vezes conseguir um bom resultado nos seus projetos.

Percebendo isso, sua mulher sugere que ele procure ajuda, e ele vai para um mosteiro, é lá que toda parte relevante do livro se passa.

Um sonho de criança

Havia um homem que John admirava como Líder, porém ele estava “desaparecido” por um tempo, ninguém sabia onde tinha ido parar.

John descobre que esse esse líder referência para ele estava nesse mosteiro há cerca de 40 anos já, e que era conhecido como Simeão pelos irmãos lá. 

A questão importante nisso era que Simeão era um nome que ficava martelando desde a infância de John em sua cabeça, em sonhos, cultos e visões.

Para ele, essa foi uma experiência transcendental e isso o fez entrar de cabeça nos seminários do mosteiro.

Logo em seu primeiro encontro, irmão Simeão surpreendeu John, pois ele estava arrumando um vaso sanitário, o que para John era estranho, já que Simeão era uma figura importante no mosteiro.

Por estar eufórico em sua primeira conversa com o homem dos seus sonhos de criança, John não deixava o irmão falar.

Nessa conversa casual e despretensiosa, o livro já traz 2 lições, o maior serve, se você quer demonstrar que se importa com outra pessoa, deve deixá-la falar.

Reuniões e Grupos

O livro se passa a maior parte do tempo em uma roda de líderes de diferentes áreas e na realidade, o protagonista John nem é o que participa mais, o livro é mais valioso pelas discussões que o grupo tem com o mentor, ao invés de focar só no John.

Personagens ou participantes da roda:

  1. John Daily – Executivo protagonista.
  2. Len Hoffman (Irmão Simeão) – Monge que lidera o retiro e ex-executivo.
  3. Greg – Sargento do exército.
  4. Kim – Enfermeira.
  5. Pastor Lee – Companheiro de quarto de John, pastor.
  6. Theresa – Diretora de escola.
  7. Chris – Treinadora de basquete.

Discussões 

As discussões são todas sobre liderança, buscando entender qual pode ser o melhor modelo para liderar, e quais as qualidades desse líder.

Nessa situação o John fica sendo mais um expectador que refletia sobre as discussões e compartilhava conosco como ele pensava, e sentia ao aprender algo e ser confrontado.

Na história se destacava mais o sargento Greg , que foi colocado como um antagonista aos ensinamentos de Simeão. Por ser militar e ter uma escola linha dura, as vezes as lições não faziam sentido para ele nos termos práticos da coisa, não via como poderia funcionar.

Kim, a enfermeira parecia ser a mais dedicada, sempre lia e estudava os termos para trazer a discussão.

Pelo fato do  irmão Simeão ser cristão como o pastor Lee, tinham visões semelhantes, e ele apoiava as posições do mentor do grupo, mas não tinha o jeito dele em falar, então era o que mais embatia o Greg.

Chris e Theresa também tinham suas participações, parecidas com a de Kim, com definições de termos e casos que suportassem a ideia central debatida e trazida pelo Irmão Simeão.

As estratégias de Simeão

Uma estratégia usada pelo Irmão Simeão e funciona bem é a de fazê-los chegar a uma definição comum sobre alguns tópicos, como “quem seria um exemplo de liderança para você, e quais as qualidades que essa pessoa tem que você adimira”.

Isso traz a descrição para um lado intimista, em que eles conseguem se identificar melhor com uma figura de lideranças.

Ao fazer isso, o monge consegue sustentar melhor seu argumento, porque nas próprias definições de liderança foram reveladas por eles na roda de discussão, e ao combaterem as ideias do Irmão Simeão, logo ele mostrava como estavam se contradizendo.

Muito eficaz para ensinar, nesse ponto ele só precisa desconstruir uma objeção ou um “preconceito” sobre um termo ou conduta.

Lições o Monge e o Executivo

Para cada lição na realidade, foi feita alguma pergunta e reflexão, e a partir daí, era possível chegar a algumas conclusões em grupo, que chamaremos de lições do livro.

Clique nas setinhas para ver detalhes das lições.

1. Qual é a diferença entre poder e autoridade?

Lição 01: Poder é a capacidade de coagir, enquanto autoridade é a capacidade de influenciar e inspirar respeito.

O sargento diz que poder é autoridade, principalmente expressa pela patente e posição que o militar se encontra. Não conseguia ver como elas se diferenciavam, pois no final, seja por poder ou autoridade, as pessoas fariam o que você quisesse.

Ele estava certo, é bem verdade que liderar com poder teria o mesmo efeito de liderar com autoridade, no sentido de “concluir tarefas”, mas qual deles é o mais sustentável que é a questão. Um líder forte e amado continuará no poder, mas um líder forte mas tirano estará sempre perto de uma traição.

2. Qual é a importância do amor na liderança?

Lição 02: O amor é o que o amor faz! Amor não é um bom sentimento, é uma escolha consciente.

A partir daí, a discussão aqui é feita, a princípio, com um pensamento de que o amor são bons sentimentos.

Como é possível ter bons sentimentos por quem quer ter arruinar, ou por um estranho? Essa é a pergunta feita por eles.

A respeito desse ponto, Irmão Simeão usa do recurso da reflexão da liderança feita pelo grupo antes mesmo da discussão.

Para a maioria foi uma figura importante na infância ou na juventude.

E nesses termos, o monge diz que para ele, esse líder era Cristo.

Clichê, mas verdadeiro, e ele explica que isso é justificado pela influência que ele teve, e os recursos para isso, sempre foi o amor e o serviço.

Trazendo para esse lado, ele tenta comparar a figura e qualidade de Jesus com os líderes inspiradores que o grupo tinha, e todos identificaram a influência pelo amor e serviço.

Nessa altura, Irmão Simeão conseguia construir um argumento de que o amor não são bons sentimentos.

Um psicopata tem bons sentimentos quando faz uma atrocidade, mas esse sentimento, se pode dizer que é bom, seria bom só para ele.

Ele junto do grupo mostra ao Greg e outros que ainda estavam em dúvida, que o amor tem que ser manifesto e deve ser bom para a outra pessoa, que é o alvo desse amor.

Então, sobre amar um inimigo, ou um rival, não é para ter necessariamente bons sentimentos sobre ele, mas é para de alguma forma tratá-lo com respeito e dignidade, a fim de tentar apaziguar algo do que nutrir ressentimentos

3. O que significa servir aos outros na liderança?

Lição 03: O maior serve a todos. Liderar é servir os outros, colocando suas necessidades em primeiro lugar e ajudando-os a crescer e se desenvolver.

Servir parece ser a melhor maneira de ganhar o respeito, e também de te dar humildade para poder se colocar no lugar dos liderados, saber os medos e dificuldades.

Colocar as necessidades dos outros antes das suas próprias e apoiar o desenvolvimento e bem-estar da equipe é o que fará você ser um líder influente, que vai ganhar a devoção e a admiração dos liderados.

Dessa forma, você não só ajuda os outros, mas também cresce, pois para servir, você tem que ter algo a oferecer, e dividindo é que se aumenta.

Então quando falamos que o maior é o que serve, é porque esse tem muitos atributos e recursos que são úteis para os outros, eles servem a algum propósito além da pessoa que o possuem.

4. Qual é o papel da escuta ativa na liderança?

Lição 04: Escutar ativamente é essencial para entender as necessidades e preocupações dos outros, demonstrando empatia e que se importa.

As pessoas frequentemente gostam de se sentir importantes, e gostam de falar sobre si mesmas, seus sonhos, personalidades, dificuldades. Se conseguem encontrar quem as escute, essa pessoa terá todo carinho dela.

A escuta ativa é o que fará os líderes mais atentos aos sinais que a equipe emite ao falar e se comportar, percebendo as necessidades, e preocupações.

Por isso, se você conversa com alguém e a interrompe, por mais sábio você seja, e por mais útil que seja o que você tem a dizer, para aquela pessoa que está ouvindo, é como se você dissesse que o que ela pensa não importa, e sim, o que você tem a dizer.

Isso reforça para a equipe, ou para a outra pessoa, que você se coloca acima dela.

Se queremos ser bons líderes, devemos ouvir e prestar atenção no que as pessoas fazem, pois o “corpo também fala”.

5. Como incentivar o desenvolvimento pessoal e profissional?

Lição 05: Incentivar o desenvolvimento envolve fornecer feedback construtivo, oportunidades de aprendizado e apoio contínuo para o crescimento.

As pessoas inevitavelmente falharão conosco, assim como falhamos com tantas outras em situações e áreas diferentes.

Quando alguém falha ao tentar chegar em um objetivo, a melhor maneira de ganhar o coração dessa pessoa, e realmente ajudá-la a não cometer mais os mesmos erros, é manter uma comunicação clara e positiva, mostrando o que foi feito, o porquê aquilo está errado, e apontar um caminho melhor que possa ser seguido.

Isso se chama feedback. É corrigir sem esmagá-las, é mostrar que é possível a mudança e evolução, e que você estará disposto a ajudá-la nisso. 

Algumas pessoas precisam ser guiadas pelas mãos, outras são mais independentes, mas todas elas precisam e querem um contato com seus líderes.

Saber o que a liderança pensa deles, e se estão indo para o lado certo, principalmente se isso vier de seus líderes, tratá para a equipe mais segurança e confiança na figura do líder.

Sentirão assim mais liberdade de serem autênticas, e prestarão mais atenção no que são orientadas.

6. Como a liderança é mais sobre influência do que controle?

Lição 06: Liderança é influenciar positivamente as atitudes e comportamentos das pessoas, não simplesmente exercer controle sobre elas.

Líderes que lideram com autoridade, servindo, amando, ensinando e ouvindo, são muito influenciadores.

Nessa estatura as pessoas seguirão pelo exemplo, por acreditarem em você, pelas lições aprendidas, pela admiração.

Agora, elas passarão a fazer o que você quer por gostar de você, a liderança é sobre ganhar o coração e a mente das pessoas.

Liderar por influência é fazer com que as pessoas comprem sua ideia. Elas farão o que você quer justamente porque confiam que, o que você quer, será bom para elas também.

Resumo O Monge e o Executivo

Em resumo o livro trata de descobrir uma liderança mais humana, mais próxima das necessidades dos liderados, e que isso pode voltar com grande gratificação para o líder que assim liderar.

A ideia de mostrar como setores diferentes da sociedade pensam liderança é bem eficaz para sustentar um debate de como realmente é a liderança, e como deveria ser.

Chegam a uma conclusão que devem liderar com autoridade, influenciando os outros através do serviço, do amor, do ensino e ouvindo as necessidades dos outros.